Deformidade Angular em Potros – O que é? Como tratar?

Quando um ou mais membros do neonato parecem estar girados ou dobrados para os lados, esta condição é conhecida como deformidade angular em potros.

É uma condição relativamente comum, principalmente durante os primeiros meses de vida do potro.

Agora convenhamos, se existe seres gostosos como neonatos, eu desconheço. Donos de uma fofura sem tamanho, deixam sinais de alegria quando nascem e sorte de quem trabalha com eles diariamente. 

Potros são animais que ao nascer já mostram um sistema imune trabalhando constantemente. Eles nascem e em pouco tempo estão andando, mamando e brincando. São animais que demandam cuidados e o contrário disso é digno de atenção e muita observação. 

Cavalos recém-nascidos e/ou jovens geralmente não são totalmente mansos, alguns não tem contato com o homem em grande frequência, ficam soltos a pasto com a mãe e tendem a ter o instinto de selvagem mais aguçado.

Isso nos mostra que dentro da espécie existem particularidades e conhecê-las pode auxiliar o atendimento dos nossos pacientes.

As particularidades, são:

• Não são domados;

• Podem necessitar de contenção;

• Maior atenção durante o manejo;

• Apresentam cicatrizações rápidas;

• Tamanho pequeno (podendo ter um menor tempo de sessão).

Um potro recém-nascido em uma propriedade representa um campeão, sendo geralmente o animal atleta “promessa” daquele lugar.

Por isso, é muito importante que seus membros sejam inspecionados, avaliados e até corrigidos quando necessário, para que futuramente o cavalo consiga realizar as expectativas na sua modalidade equestre.

Introdução

O membro equino, especialmente seu casco é considerado como um segundo coração. É através dele que o cavalo consegue realizar sua função atlética.

Com o decorrer dos anos, por este motivo, seus membros passaram a receber uma atenção especial na seleção de animais para que os mesmos já ao nascer, tivessem essas estruturas adequadamente estruturadas com a morfologia animal. 

Apesar de todo cuidado e atenção voltada para genética, morfologia e atletismo do equino, há exceção à regra, ou seja, animais que mesmo com todos os detalhes escolhidos nascem com deformidades.

Não necessariamente oriundo de sua genética ou má formação, mas sim por motivos até mesmo iatrogênicos (auxílio bruscos em partos distócicos, por exemplo) ou fetos que tenham um posicionamento errado durante a gestação. 

Anatomia do membro Equino

Antes de abordar a deformidade angular em potros, propriamente dito, gostaria de relembrar com você leitor sobre a anatomia do membro equino.

Ao ser chamado para um atendimento, é de suma importância que a anatomia do animal seja uma memória viva em nós, para que possamos conciliar conhecimentos e chegar em um diagnóstico definitivo precoce, para que não atrase o protocolo de tratamento ao paciente. 

O aparelho locomotor dos cavalos constitui de: 

• Membro torácico (composto por quatro segmentos principais e capaz de suportar cerca de 60 a 65% do peso do animal);
  
  
• Membro pélvico (também composto por quatro segmentos);
  
  
• Contribuintes axiais para a locomoção (incluindo coluna vertebral, musculatura hipaxial e epaxial e ligamentos). 

O membro dos cavalos é composto principalmente pelas estruturas:

• Ossos;
  

• Ligamentos e tendões;
  

• Músculos;
  

• Vasos e nervos;
  

• Articulações e cavidades sinoviais. 

Deformidade Angular em Potros

A deformidade angular em potros são alterações definidas como desvio no plano frontal em membros.

São descriminadas pela articulação ou pelo osso que é o ponto pivô (centro de desvio). Também são considerados distúrbios do crescimento capazes de acometer membros pélvicos e torácicos.

Os desvios geralmente são vistos com maior frequência em membros anteriores, especialmente em articulação do carpo. Alguns estudos relatam que aproximadamente 20% dos casos podem apresentar múltiplos membros e articulações envolvidas. 

As principais causas, são:

• Frouxidão ligamentar;
  

• Má formação óssea;
  

• Fatores perinatais, atrelados nos últimos meses gestacionais. 

Mas também existem outras inúmeras causas e fatores que podem influenciar para deformidade angular em potros. 

Etiologia

Sua etiologia é considerada multifatorial e complexa, tornando-se recomendado que o paciente seja avaliado mais próximo ao nascimento possível e então permanecer em observação para melhor escolha de protocolo e tratamento.

O recomendado é que o potro seja avaliado semanalmente no seu primeiro mês de vida e mensalmente até o desmame.

Classificação

As deformidades angulares podem ser classificadas das seguintes maneiras:

• Congênitas;
  
  
• Adquiridas;
  
  
• Diafisária;
  
  
• Articular;
  
  
• Efipisária – Valgus;
  
  
• Varus.

Durante este artigo, daremos ênfase na efipisária (subclassificada em valgus e varus) que é comumente vista em potros. 

Quando o neonato apresenta uma deformidade angular do tipo Valgus, quer dizer que o mesmo apresenta um desvio lateral em relação ao plano frontal.

E quando apresenta a deformidade angular do tipo Varus, indica que o mesmo apresenta desvio medial em relação ao plano frontal. 

Manifestações Clínicas

Existem alguns meios de manifestações clínicas apresentadas pelo animal, podendo nos auxiliar a indicar o grau de severidade deste desvio.

Em casos de carpo, é considerado grau leve quando no exame radiográfico do animal podemos observar uma rotação de até 5°C.

Em casos moderados a severos, conseguimos observar uma movimentação anormal do membro, com flacidez das estruturas periarticulares.

Casos severos apresentam um desvio evidente com deformidade flexural e rotação associadas. 

Diagnóstico

É importante que o paciente durante a avaliação do médico veterinário passe por uma inspeção em repouso e uma inspeção em movimento.

Além disso, recomenda-se que seja realizada palpação e movimentação do membro e exame radiográfico para eliminar diagnósticos diferenciais. 

Tratamento

O tratamento pode ser realizado de maneira clínica, com associação de métodos fisioterapêuticos ou em casos severos, pode existir necessidade de uma abordagem cirúrgica.

Em casos leves, que se escolhe utilização de tratamento conservativo, podemos incluir em protocolo a utilização de exercícios como reabilitação dinâmica, utilização de casqueamento e ferrageamento conservativos (aconselhado uso de ferradura alongada, tendo a escolha da mesma após avaliação).

Quando associa-se a fisioterapia em casos clínicos com este diagnóstico, fisiatras fazem uso de KTE (Kinesio Taping Equine) ou também conhecida como bandagem elástica funcional que atuam enviando informações ao sistema nervoso através de receptores e reticunáculos (que contém muitas terminações nervosas). Mas, também são avaliados antes da escolha de protocolos pelos fisiatras.

Importância de um Tratamento Precoce

O tratamento quando precoce em animais com deformidades angulares são capazes de:

• Reduzir o impacto econômico;
  

• Animal apresentará maior performance nos esportes;
  

• Diminuição da incidência de lesões;

Nenhum desses meios de tratamento podem ser realizados sem prescrição veterinária. 

Conclusão

A importância nesta matéria está em conscientizar que é possível ter um bom tratamento, com um bom protocolo para animais que nascem com desvios angulares, desde que o mesmo passe por uma avaliação pelo médico veterinário.

Gostou de conhecer mais sobre os cavalos? Eles são incríveis desde o nascimento e isso não podemos negar! 

LEMBRE-SE

Este artigo tem apenas caráter informativo. SEMPRE procure por um profissional!

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